sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Como piratear a educação?

*Matéria de 4 de Abril de 2008.


Por Lucas Lima e Ruana Benvinda
Fotos Angélica Fernandes



A equipe de repórteres da Agência Escola de Comunicação esteve na palestra "Control C Control V: Piratear a Educação", realizada na Universidade Estácio de Sá. O tema da palestra faz analogia ao recurso “Copiar e Colar”, muito usado por internautas para replicar alguma ação realizada. A intenção da palestra foi mostrar que os projetos que dão certo em um lugar podem e devem ser “Copiados e Colados” por outras cidades e municípios. A intenção é facilitar o progresso e a difusão de iniciativas importantes.

A Escola Livre de Cinema, situada em Miguel Couto, serviu de exemplo e ponto de partida para essa discussão. Ela foi reconhecida pelo excelente trabalho que desenvolve com crianças e adolescentes usando o audiovisual como meio formador de cidadãos criativos e críticos em relação aos meios de comunicação. A escola foi citada por ter sido "copiada e colada" em vários bairros de Nova Iguaçu.


Durante a divulgação do projeto Escola Livre de Música Eletrônica, Anderson Barnabé, coordenador do projeto, disse que inicialmente os ritmos musicais que seriam usados nesse projeto seriam o funk e o hip-hop. Algumas pessoas na platéia o questionaram, dizendo que o funk é conhecido por suas letras pouco educativas e que fazem apologia ao sexo e à violência. "O funk é, sim, um movimento cultural porque as crianças não crescem mais ouvindo músicos como Caetano Veloso e Chico Buarque", disse Anderson Barnabé. "Portanto, é a cultura da atualidade."

O negócio é "copiar e colar ". Assim como se espalham os projetos, podem-se espalhar gestos e atitudes legais que podem partir de você... valeu!?

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Vc escreve axim?"

Uso da linguagem da Internet chega às salas de aula e preocupa pais e educadores.

Por Lucas Lima e Juliane Mello
Arte Francilene Pacheco


            Com o fácil acesso à internet, é cada vez mais comum que todas as pessoas estejam conectadas ao mundo virtual e utilizem assim blogs, salas de bate-papo e sites de relacionamento em geral. Consequentemente, também começa a ser freqüente uma nova linguagem, caracterizada pela agilidade e facilidade da escrita no teclado do computador. As principais características dessa linguagem são as abreviações e a grafia das palavras do modo como são pronunciadas.


            Nesse mundo virtual a palavra “sim” vira “xim”, “porque” vira “pq”, “não” vira “naum”, entre vários outros termos. Os internautas adultos também usam essa linguagem, mas ela é predominantemente jovem. Os educadores e professores de língua portuguesa garantem que, além de não ser errada, essa é apenas uma forma de diferente de se comunicar. “É necessário que as duas formas sejam pensadas e repensadas”, aconselha a professora de língua portuguesa Dilma Almeida, 42 anos.

            Porém, a situação passa a ser preocupante quando essa modificação da linguagem escrita passa para a falada e também interfere na escola. “Devido às coisas que eles abreviam na internet, eles fazem a mesma coisa na hora da produção textual”, declara a também professora de língua portuguesa Mercia Figueiredo, 34 anos.

Orientação na escola

            As escolas não devem proibir a linguagem, mas, sim, educar os alunos para que eles saibam que não devem usar esses termos dentro do ambiente escolar. “A escola deve orientar para que os alunos saibam que esse uso não é aconselhável”, acrescenta Mercia. Para a professora, essa prevenção deve ser feita através da própria Internet, quando a escola tem estrutura. As escolas mais precárias devem recorrer às palestras.

            Os alunos, por sua vez, não acham que esse uso seja errado ou sinônimo de preguiça. Como diz a estudante Elisabete Câmara, 17 anos, essa é apenas uma forma ágil de se comunicar. “Eu uso muito o X, porque ele substitui vários sons, como o ch ou o ss.” A defesa à nova maneira de se escrever na Internet é diferente para o estudante Igor Santos, 17 anos. “Escrevo do jeito que ouço as palavras, faço o uso extremo da parte fonética das palavras e não me ligo muito na gramática.”

            Mercia já percebeu que essas adaptações na língua já extrapolaram o mundo teen.“Esse vício está começando no ensino fundamental e quando se chega à adolescência isso só tende a se agravar”, alerta a professora.

Boa linguagem

            Alarmados, alguns pais pensam em proibir o filho de usar o computador, o que, na opinião de Alda Lima é uma bobagem. “Certa vez, um amigo me disse que não ia mais deixar o filho entrar na internet”, lembra a cabeleireira de 42 anos. “Eu disse pra ele que o filho sabia mais do que ele, e que essa não seria a melhor atitude, muito menos a solução.” Para impedir que seu filho se limite ao “internetês”, ela diz ainda sempre fazer uso da boa linguagem dentro de casa.

            Apesar do choque que esse tipo de escrita utilizada pelos jovens pode causar em pais desavisados, especialistas em linguagem afirmam que o uso do “internetês” tem a mesma função das gírias. Ou seja, são termos ou novos códigos usados para definir um grupo social.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A era da informática para 3º idade

Por Lucas Lima


            A importância da informatização não se encontra presente apenas no cotidiano de jovens e adultos. A terceira idade cada vez mais marca presença nas salas de aula e laboratórios de informática. Várias escolas profissionalizantes oferecem cursos específicos para pessoas de idade avançada, onde a carga horária, metodologia e modalidades são adaptadas.
            “Hoje em dia tudo é feito por meio da informática. Eu tentei aprender algumas vezes, mas meus filhos e netos nunca tiveram muita paciência e jeito para ensinar, sempre fiquei perguntando e agora quero saber por mim mesma”, conta Norma da Silva, 71 anos. “Já comprei um notebook, e sabendo mexer bem fica mais fácil procurar informações e saber das coisas em tempo real. Tenho até uma amiga que sempre me manda email, mas quase nunca respondo por não saber como”. Norma conta ainda que já tentou aprender, mas não obteve sucesso. “Comecei a fazer um curso, mas estava muito complicado, muito puxado para mim. Agora achei um que sabe atender minhas limitações, gostei muito e pretendo indicar”, conclui.
            Assim como Norma, Isa Amorim, além das aulas de dança de salão e da ginástica, resolveu acrescentar as aulas de informática no seu tempo livre. “Nunca gostei muito, mas sempre tive vontade de aprender, hoje vejo como necessidade porque a internet favorece e ajuda as pessoas em tudo”, disse a aposentada de 72 anos. “Tenho vários conhecidos que tentaram me ajudar, mas nunca conseguiram. Agora estou achando ótimo, o professor tem muita paciência e explica bem. Não tenho muita agilidade com as mãos, mas irei até o final”.
            A busca por essa atualização pode ter determinadas finalidades. Muitos idosos desejam escrever cartas, trocar emails com amigos e parentes que moram longe, usar a internet para procurar receitas, por exemplo, e outros querem ainda ter acesso as suas contas bancárias para não precisarem mover-se aos bancos.
            Mostrar ao idoso o que o microcomputador oferece e ensinar com calma e paciência o que ele realmente precisa e busca nessa tecnologia. O que automaticamente aumenta sua auto-estima, pois mostra que eles são capazes quando se preparam e buscam conhecimento que os preparam para o que querem fazer. Esse é o papel do professor Ewerton Henrique. “Acredito que seja o melhor público para se interagir. Começando pela animação e vontade de conhecer essa ferramenta de comunicação. Eles são extremamente receptivos quanto a idéia do novo. A necessidade de se atualizar, e conquistar total independência em um mundo que vive da informática, é o que mais os motiva”, conta.

            O contato entre Ewerton e o ensino para a melhor idade aconteceu muito antes da sala de aula, pois sua primeira aluna foi sua própria avó. “Acredito que toda experiência nasce de um contato direto, seja em que área for. Certo dia minha avó me ligou dizendo que havia comprado um computador e que estava decidida a aprender, entrar na internet, conversar no MSN e fazer compras. Fui então seu professor via telefone”. Além de ser prestativo, a satisfação em ver a avó realizada foi um grande presente para o neto professor. “Hoje vejo que só a alegria de vê-la interagindo com as pessoas pela internet e se comunicando com a família, é uma sensação muito boa. A partir dessa experiência passei a acreditar que todos, desde os mais velhinhos aos mais novos, podem e devem estar atualizados, informatizados e crescer junto a essa grande evolução do mundo da informática”, conclui.

“O objetivo da informática na terceira idade é facilitar a vida da pessoa nas suas atividades diárias. Daí a importância de conhecer as possibilidades da informática e focar a aprendizagem naquilo que de fato vai ser necessário e importante”, é o que pensa o universitário Henrique Mendes, 24. “A prática só traz benefícios, além de ser uma excelente atividade mental, pois auxilia na manutenção da memória, sempre proporciona aprendizado de algo novo e valoriza a vida e a experiência das pessoas”.